No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

De marré deci

Era uma vez um homem muito pobre,
que nasceu pobre, e pobre foi amado!
Tinha um vizinho rico, do seu lado,
que era um homem rico e muito nobre.

O homem pobre fora condenado
a dividir, com outros, a pobreza.
O vizinho, num ato de nobreza,
ficou com uma parte do legado.

Ao ter toda pobreza dividida,
coube ao vizinho um prato de comida
que o houvera dado um outro dia.

E assim, o tal vizinho, que era nobre,
empobreceu até morrer de pobre,
enquanto o homem pobre enriquecia.

Não fosse a ganância pelo cobre
teriam ambos pão dia após dia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/04/2012
Alterado em 02/11/2016
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras