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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O Freud tupiniquim

Cabra macho, muié fêmea,
ou gente que é maomé;
cada um tem o seu cacho,
tem a sua alma gêmea;
seu tesão, seu cafuné.

Freud explica, Freud anota,
no conforto do divã:
-não é o tamanho da bica,
nem a fundura da grota,
que aparta o sapo da rã.

É o machismo, o preconceito,
atraso medieval,
que atira no abismo,
e apodrece no peito,
a noção do ser igual.

Muié macho, home fêmea,
Seja lá o que Deus quisé.
Com certeza ainda acho,
que a minha alma gêmea
tem que ser uma muié.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/04/2012
Alterado em 24/11/2018
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